DA AGÊNCIA ANHANGUERA
Encontrar um endereço na vizinha cidade de Cosmópolis, com cerca de 60 mil habitantes, não é uma tarefa fácil. Muitas ruas não têm continuidade e algumas casas, na mesma rua, têm o mesmo número, o que gera uma grande confusão. Os moradores também reclamam da falta de placas com os nomes das ruas e da sinalização de trânsito deficiente.
Segundo a Secretaria de Planejamento Urbano (SPU) 20% das construções do município se encontram em situação irregular, como falta de documentação ou com edificações feitas de forma ilegal. Em muitas ruas, a numeração dos logradouros foi colocada de forma aleatória e o habite-se (documento que autoriza a moradia) não é cobrado pela Prefeitura. A SPU calcula que as irregularidades gerem uma evasão tributária, como o não pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), de cerca de R$ 1,5 milhão, equivalente a 25% da arrecadação.
O município conta com apenas quatro fiscais de obras para fiscalizar a cidade inteira, sendo que dois deles ocupam cargos comissionados (sem concurso público) e os outros dois foram nomeados neste ano.
O prefeito Antônio Fernandes Neto (PT) disse que a situação precária do setor de fiscalização do município é um problema histórico. “Minha ideia é moralizar a situação e só termos funcionários concursados. Não posso resolver um problema histórico de uma hora para outra”, disse.
O vereador da oposição Renato Trevenzolli (PTB) está no terceiro mandato e acusa a atual Administração e as anteriores de descaso com a fiscalização. “Não é uma medida popular fiscalizar uma situação que já vem se arrastando por muitos anos, então os prefeitos não quiseram mexer com isso. Eles costumam nomear funcionários comissionados, sem preparo para a função, comprometendo a qualidade do serviço”, disse.
O presidente da Câmara Municipal Marcelo Aristides (PPS) faz parte da base de apoio ao prefeito e diz que a situação não é tão grave. “A vida inteira foi assim, está errado, mas não tem tantos transtornos. Estamos trabalhando para melhorar a situação”, afirmou.
Carteiro
Entretanto, os moradores discordam do presidente da Câmara. A estudante Jaqueline Dias diz que os carteiros sofrem para entregar correspondências na cidade. “Muitas ruas não têm placa. Ele só entrega porque já sabe onde fica”, disse. A Rua José Moraes é sem saída, mas não há sinalização de trânsito indicando e as casas de número 682 e 687 são separadas pela 735.
O carteiro Reide Cavaglieri de Andrade também reclama do problema. “Só consigo entregar as cartas porque já conheço a população”, disse.
Varanda de aposentado é na calçada
O aposentado Cesarino Mortari tem um privilégio incomum, a varanda da sua casa fica na calçada da Rua Projetada, no Bairro Bela Vista I. “É uma rua sem saída, não incomoda ninguém. Moro aqui há 40 anos e nunca tive problema com a fiscalização”, disse. A rua Luiz Manoel de Queiroz é outro exemplo do “projeto” urbanístico singular. A rua é descontínua em três momentos, e só é possível saber da sua continuidade por causa de uma placa colocada na esquina. A família de Maria Lúcia Lopes reside na casa de número 30, mas, na rua, há outra casa com o mesmo número e ela está acostumada a receber as correspondências de sua vizinha. “Trocamos as cartas quando é um carteiro novo, que não conhece o esquema da rua. Normalmente não há problemas”, afirmou. (HB/AAN)
Encontrar um endereço na vizinha cidade de Cosmópolis, com cerca de 60 mil habitantes, não é uma tarefa fácil. Muitas ruas não têm continuidade e algumas casas, na mesma rua, têm o mesmo número, o que gera uma grande confusão. Os moradores também reclamam da falta de placas com os nomes das ruas e da sinalização de trânsito deficiente.
Segundo a Secretaria de Planejamento Urbano (SPU) 20% das construções do município se encontram em situação irregular, como falta de documentação ou com edificações feitas de forma ilegal. Em muitas ruas, a numeração dos logradouros foi colocada de forma aleatória e o habite-se (documento que autoriza a moradia) não é cobrado pela Prefeitura. A SPU calcula que as irregularidades gerem uma evasão tributária, como o não pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), de cerca de R$ 1,5 milhão, equivalente a 25% da arrecadação.
O município conta com apenas quatro fiscais de obras para fiscalizar a cidade inteira, sendo que dois deles ocupam cargos comissionados (sem concurso público) e os outros dois foram nomeados neste ano.
O prefeito Antônio Fernandes Neto (PT) disse que a situação precária do setor de fiscalização do município é um problema histórico. “Minha ideia é moralizar a situação e só termos funcionários concursados. Não posso resolver um problema histórico de uma hora para outra”, disse.
O vereador da oposição Renato Trevenzolli (PTB) está no terceiro mandato e acusa a atual Administração e as anteriores de descaso com a fiscalização. “Não é uma medida popular fiscalizar uma situação que já vem se arrastando por muitos anos, então os prefeitos não quiseram mexer com isso. Eles costumam nomear funcionários comissionados, sem preparo para a função, comprometendo a qualidade do serviço”, disse.
O presidente da Câmara Municipal Marcelo Aristides (PPS) faz parte da base de apoio ao prefeito e diz que a situação não é tão grave. “A vida inteira foi assim, está errado, mas não tem tantos transtornos. Estamos trabalhando para melhorar a situação”, afirmou.
Carteiro
Entretanto, os moradores discordam do presidente da Câmara. A estudante Jaqueline Dias diz que os carteiros sofrem para entregar correspondências na cidade. “Muitas ruas não têm placa. Ele só entrega porque já sabe onde fica”, disse. A Rua José Moraes é sem saída, mas não há sinalização de trânsito indicando e as casas de número 682 e 687 são separadas pela 735.
O carteiro Reide Cavaglieri de Andrade também reclama do problema. “Só consigo entregar as cartas porque já conheço a população”, disse.
Varanda de aposentado é na calçada
O aposentado Cesarino Mortari tem um privilégio incomum, a varanda da sua casa fica na calçada da Rua Projetada, no Bairro Bela Vista I. “É uma rua sem saída, não incomoda ninguém. Moro aqui há 40 anos e nunca tive problema com a fiscalização”, disse. A rua Luiz Manoel de Queiroz é outro exemplo do “projeto” urbanístico singular. A rua é descontínua em três momentos, e só é possível saber da sua continuidade por causa de uma placa colocada na esquina. A família de Maria Lúcia Lopes reside na casa de número 30, mas, na rua, há outra casa com o mesmo número e ela está acostumada a receber as correspondências de sua vizinha. “Trocamos as cartas quando é um carteiro novo, que não conhece o esquema da rua. Normalmente não há problemas”, afirmou. (HB/AAN)
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