9.6.09

TUMULTO MARCA SESSÃO COM PEDIDO DE CASSAÇÃO DA PREFEITA DE HOLAMBRA.

Tumulto marca sessão com pedido de cassação de prefeita
Saída do ConSaúde motivou questionamento por parte de moradores
Claudete Campos - Holambra
Fonte: Jornal Todo Dia - A notícia em tempo real.

Margareti é alvo de ação por ter retirado a cidade do ConSaúde. A sessão de Câmara de Holambra de ontem à noite foi tumultuada por causa da votação de duas representações com pedidos de cassação do mandato da prefeita Margareti Rose de Oliveira Groot (PPS) e do presidente do Legislativo, Astério Pinto Filho (DEM). O presidente do Legislativo e três vereadores da base aliada abandonaram a sessão, sem colocar a matéria em pauta.
Cinco vereadores oposicionistas realizaram a reunião sem a presença de público, porque o recinto foi evacuado, em virtude da confusão. Populares aguardavam do lado de fora o desdobramento. À portas fechadas, os parlamentares continuaram os trabalhos. Até às 23h, os vereadores ainda liam as representações com 35 páginas no total e não haviam definido se a denúncia seria acolhida e a comissão processante instaurada.
As representações foram protocoladas sexta-feira na Câmara por quatro moradores de Holambra. Assinam os documentos Geza Arbocz, José Mário da Silva, Luciano da Silva Alencar e José Carlos Rospendovski. Um dos autores da denúncia, Arbocz, presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente, disse que a denúncia contra a prefeita foi feita porque ela teria deixado o ConSaúde (Consórcio Intermunicipal de Saúde) sem respeitar as regras do contrato.
O ConSaúde é um consórcio de saúde formado por Holambra, Artur Nogueira, Pedreira e Santo Antonio de Posse. O gestor do consórcio é Fernando Fiori de Godoy (PV), que foi derrotado por Margareti na eleição do ano passado.
Argumentam os denunciantes que a prefeitura não teria mandado projeto de rompimento à Câmara. Também não teria sido realizada a assembleia geral dos quatro municípios para avisar sobre o desligamento. Depois desta reunião, a prefeitura ainda teria de cumprir prazo de 180 dias (seis meses) para deixar o consórcio.
Para manter o atendimento médico à população, a prefeitura contratou o Hospital Samaritano de Campinas, sem licitação, alegando emergência. Segundo o autor, os valores pagos em 2008 ao ConSaúde foram de R$ 180 mil mensais, abaixo dos R$ 280 mil mensais pagos ao hospital campineiro. Segundo Arbocz, a prefeita também não teria mandado projeto à Câmara para incluir os gastos com o hospital no orçamento.
Outras denúncias contra a prefeitura foram contratação de escritório de advocacia por R$ 190 mil anual sem licitação, sob alegação de notória especialização. A falta de resposta a requerimentos dos vereadores e do autor sobre o processo de contratação do Samaritano também é questionada.
Contra o presidente do Legislativo, a denúncia é que não teria tomado nenhuma medida sobre o descumprimento da legislação com relação à saída do consórcio. Ainda é acusado de não adotar medidas jurídicas contra a prefeitura por causa de respostas inadequadas a requerimentos. Outra queixa é que teria retirado projeto de criação de cargos de diretores e chefias da pauta, sem passar pelo crivo da Mesa.
A prefeita informou, por meio da assessoria de imprensa, que preferia não se manifestar.
O presidente da Câmara não foi localizado pela reportagem.

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