Holambra: crise política vira um caso de polícia
Fechadura da Câmara é trocada 2 vezes e vereadores fazem BO
Fabiano Ormaneze DA AGÊNCIA ANHANGUERA
Fechadura da Câmara é trocada 2 vezes e vereadores fazem BO
Fabiano Ormaneze DA AGÊNCIA ANHANGUERA
A crise política instalada em Holambra, município da Região Metropolitana de Campinas (RMC), desde a última terça-feira, quando a prefeita Margareti Groot (PPS) e o presidente da Câmara Municipal, Astério Pinto Filho (DEM), foram afastados do cargo por 90 dias, não para de gerar episódios conflituosos. A briga agora envolveu, inclusive, a troca de fechadura das portas da Câmara por duas vezes em menos de 48 horas. Na quarta-feira, a vereadora Andreza Esperança (PSDB), que assumiu a presidência, trocou a fechadura da porta de entrada, para impedir que Pinto Filho tivesse acesso ao prédio. Na quinta, o democrata foi até o prédio da Câmara com um chaveiro e trocou novamente o segredo. Os vereadores Wilson Barbosa, o Bigode (PP), presidente da Comissão Especial de Inquérito (CEI); Marcos Luis Sitta (PP) e Naiara Hendrikx (PTB), que fazem parte do grupo que votaram pelos afastamentos, registraram boletim de ocorrência (BO) por invasão de patrimônio. “Agora, nossos advogados vão avaliar o caso e entrar na Justiça, para que sejam tomadas medidas cabíveis”, disse Naiara. Durante todo o dia de ontem, dois homens da Guarda Municipal (GM) permaneceram do lado de dentro da Câmara, impedindo a entrada de qualquer pessoa. Algum dos vereadores que pediram o afastamento da prefeita e de Pinto Filho tentaram entrar no prédio pela manhã de ontem para saber se haviam sido retirados algum documento no dia anterior, mas também foram impedidos. “Quando chegamos à Câmara, os guardas disseram que ninguém estava autorizado a entrar, nem mesmo os vereadores. Isso é um absurdo”, contou Bigode. Além disso, antes de deixar a Câmara, Pinto Filho havia declarado ponto facultativo na sexta-feira. Na quarta-feira, Andreza revogou a determinação e convocou alguns funcionários para trabalhar, mas eles também foram impedidos de entrar na Câmara. A Prefeitura permaneceu fechada desde quinta-feira, por causa do feriado e do ponto facultativo decretado ontem. A reportagem telefonou para Pinto Filho e foi atendida por uma outra pessoa, que disse que o vereador retornaria a ligação mais tarde para comentar o impasse, o que não ocorreu até o fechamento desta edição. A GM também se recusou a dar informações sobre o caso.O afastamento de Margaretti, que ainda não se pronunciou sobre o caso, foi decidido pela Câmara depois de denúncias de possíveis irregularidades cometidas nos seis meses da Administração. A prefeita teria fechado contratos sem licitação, além de não ter respeitado os trâmites legais para a medida, como a aprovação pelo Legislativo. Pinto Filho foi afastado sob a alegação de ter sido conivente com a atuação da prefeita. Os dois terão dez dias para apresentar sua defesa no Legislativo. Assunto domina as rodas de conversa Em Holambra, não se fala em outra coisa pelas ruas desde a última terça-feira. As denúncias e as confusões envolvendo a prefeita e o presidente da Câmara ganharam as rodas de conversa. Por outro lado, é difícil encontrar alguém que queira comentar o caso com a imprensa. “Todo mundo fala sobre isso, mas ninguém quer aparecer no jornal. Todo mundo se conhece e a situação pode ficar difícil para quem sair falando qualquer coisa por aí”, justificou uma moradora que se recusou a dar entrevista. Entre os poucos que se arriscam a comentar, as opiniões estão divididas. “O Astério é uma pessoa maravilhosa. Quanto à prefeita, eu não a conheço. Mas espero que ela prove que é inocente”, disse a empregada doméstica Vilma Aparecida Pereira. O jornaleiro Alcides Apolinário acha que a cidade vive um momento dramático de sua história. “Isso é muito triste para a nossa cidade. A prefeita precisa ter uma atitude mais transparente”, afirmou. O vendedor César Rodrigues acredita que a causa de tudo são intrigas políticas. “A prefeita está fazendo um bom trabalho. Essa confusão toda foi causada para atrapalhar o serviço”, disse. (FO/AAN)
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