15.8.09

PEDÁGIO: Quando de uma emergência, como será o plano de evacuação?

Protesto contra pedágio para SP-332 por 3 horas

Concessionária projetou 2 praças a menos de 5km uma da outra

Venceslau Borlina Filho
DA AGÊNCIA ANHANGUERA

A Rodovia General Milton Tavares de Souza (SP-332) foi interditada por três horas ontem, no trecho entre Paulínia e Cosmópolis, em protesto contra a instalação de três praças de pedágio ao longo dos 78 quilômetros da via. Os manifestantes — integrantes dos poderes públicos de Paulínia e Cosmópolis, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), moradores, sindicalistas e empresários — mostraram indignação com a decisão da concessionária Rota das Bandeiras, que administra a rodovia, de instalar duas praças de pedágio a menos de 5 quilômetros uma da outra e de cobrar R$ 10,20 (sentido único) em uma delas, localizada em Paulínia, e R$ 5,30 (bidirecional) em outra, em Cosmópolis. A terceira praça, também com cobrança bidirecional, será em Engenheiro Coelho, próximo ao acesso à Universidade Adventista de São Paulo (Unasp).

Apesar da decisão liminar concedida anteontem pela Justiça de Paulínia, proibindo a interdição da pista, o protesto começou pontualmente às 6h. A liminar foi concedida à Rota das Bandeiras contra a Associação Comercial e Industrial de Paulínia (Acip) que, em função da decisão judicial, não participou da manifestação. Os deputados estaduais Antonio Mentor e Ana Perugini, ambos do PT, criticaram o modelo de concessão de rodovias do governo estadual. Os vereadores de Paulínia e Cosmópolis cobraram união para manter a luta contra as praças de pedágio.

A rodovia é utilizada todos os dias pelos moradores das cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) para trabalhar, estudar e buscar atendimento de saúde. Além disso, o trecho compreendido entre as cidades é o que mais concentra empresas, a sua maioria distribuidoras de combustíveis. Valmir Brustolin é um dos empresários do setor de transportes que já contabiliza o gasto com o pedágio. “Vou gastar cerca de R$ 1,5 milhão por ano. Minha empresa fica logo após a segunda praça, em Cosmópolis, e, para carregar, vou ter pagar. Isso é um absurdo”, disse.

Brustolin, que foi candidato a prefeito do PSDB em Paulínia, acusou a concessionária de agir com interesses econômicos, deixando de lado critérios técnicos. “O polo petroquímico não comporta uma praça de pedágio. Quando de uma emergência, como será o plano de evacuação? As pessoas terão que ficar na fila do pedágio, pagando a tarifa, e correndo risco de morte?”, questionou. A Agência Reguladora de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) informou, por meio de nota, que a Rota das Bandeiras está incluída no programa de emergências do polo petroquímico. A concessionária, até o fechamento desta edição, não havia se manifestado.

O NÚMERO

8 QUILÔMETROS
De congestionamentos foram registrados na rodovia durante o protesto

Nenhum comentário:

Arquivo do blog

Quem sou eu

Cosmópolis, São Paulo, Brazil
ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL - AQUARIUS - COSMÓPOLIS CNPJ-52.351.079/0001-07