24.10.10

Bispo aumenta críticas e chama PT de 'partido da morte'

AE - Agência Estado
"O PT é o partido da mentira, o PT é o partido da morte", afirmou ontem d. Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo diocesano de Guarulhos, na Grande São Paulo. "O PT descrimina o aborto, aceita o aborto até o nono mês de gravidez. Isso é assassinato de ser humano que não tem nem o direito de se defender."
D. Luiz é a voz dentro da Igreja católica que desconforta Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência, e a coloca no centro da polêmica sobre o aborto. É dele a iniciativa de fazer 2 milhões de cópias do folheto "apelo a todos os brasileiros e brasileiras".
Mais que um libelo contra a interrupção da gravidez, o documento é uma recomendação expressa aos brasileiros para que "nas próximas eleições deem seu voto somente a candidatos ou candidatas e partidos contrários ao aborto". Não cita nominalmente a petista, mas é a ela que se refere claramente.
"Eu tenho uma palavra só, eu não tenho duas ou três palavras como a dona Dilma tem. Ela apresentou três planos de governo, o segundo mascara o primeiro e o terceiro mascara o segundo", disse d. Luiz, na casa episcopal, onde recebeu a imprensa para falar pela primeira vez sobre a ação da Polícia Federal que, há uma semana, confiscou 1 milhão de folhetos por ordem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A corte acolheu liminarmente ação cautelar do PT que alegou ser alvo de documento apócrifo e falso. "Foi uma violência contra a Igreja", reprova o bispo. Mas ele não recua. Por meio dos advogados da Mitra de Guarulhos, João Carlos Biagini e Roberto Victalino de Brito Filho, o bispo requer ao TSE que revogue a decisão provisória e determine a imediata devolução da papelada que mandou fazer na Gráfica Plana, no Cambuci, em São Paulo.
Nos templos. Se recuperar os panfletos, que considera pertencer à Igreja, d. Luiz planeja distribuir um a um nas portas e nos arredores dos templos nos limites de sua Diocese e mesmo além. "Eu sou pela verdade. Pela verdade eu morro se preciso for, pela Igreja eu morro, pela minha consciência eu morro. Não tenho medo. Estou enfrentando situação difícil, mas vou continuar." A seu rebanho ele prega: "Não vote na Dilma."
Indigna-o a acusação do PT, de que seu apelo é uma falsificação. O documento, observa, é oficial da Igreja, assinado por três bispos e aprovado pelas Comissões Diocesanas de Defesa da Vida. "O PT é o partido da mentira. Dilma sempre declarou que era um absurdo não liberar o aborto. Agora ela é até muito católica. É lógico, depois das pesquisas ela mudou de opinião. Me acusam de mentir sobre esses fatos verdadeiros. O PT é o partido da morte. Diante de tanta manipulação espero que o povo enxergue a verdade e vote certo."
Ressalta que não está fazendo campanha ou pedindo votos para José Serra (PSDB), antagonista de Dilma. Conhece o tucano que, como ministro da Saúde, passou pela cidade. "Mas nunca tomei uma taça de vinho com ele, nem mesmo copo d"água."
Sua missão, diz, é promover o evangelho e a doutrina cristã. Apresenta-se como sacerdote do Altíssimo. "Na defesa da vida vou até a morte. Nunca pedi que votem ou não votem em Serra. Eu digo que não votem na Dilma. Há outras opções, o voto nulo, o branco. Sou político, tenho direito de ser, mas não partidário."
Sua diocese abriga 1,3 milhão de habitantes, espalhados em 341 quilômetros quadrados. É a segunda maior do Estado, com 36 igrejas e 50 capelas. Ele considera "contrassenso" o fato de o presidente Lula ter oferecido abrigo à mulher iraniana condenada à morte por apedrejamento. "O governo oferece até asilo político para uma senhora condenada em seu País. Aqui aceita que se mate crianças nossas, que não cometeram crime algum, e em grande quantidade."
Pressões não o inibem. Carta anônima chegou a seu retiro, a 23 de setembro, postada na agência Central dos Correios, um manuscrito que atribui a petistas violências e morte. "Não tenho medo." São muitas, "pelo menos 300", as manifestações de solidariedade que tem recebido - elas chegam por e-mails, telefonemas, cartas e telegramas, até de d. Evaristo Arns. "De político não chegou nenhuma mensagem."
E os R$ 30 mil investidos na impressão, de onde saíram? "Doações espontâneas que chegaram a mim, doações de pessoas não ligadas a partidos. Gente que me deu ajuda com essa finalidade, de fazer folhetos. Teve sobra, vou doar à Diocese."
Não o incomoda o fato de a gráfica do Cambuci pertencer a empresário casado com uma filiada do PSDB, irmã de Sérgio Kobayashi, que integra a campanha de Serra. "Essa mesma gráfica imprimiu jornais e panfletos para candidatos do PT."
D. Luiz diz respeitar "a opinião e a posição" de qualquer cidadão. "Não sou desses que manda sequestrar impressos, que amordaça a imprensa, como infelizmente acontece em nosso País hoje. Estou com a consciência tranquila de ter feito a minha obrigação. A minha posição é esta: não pode votar na Dilma. Se ela vencer vou lamentar. Vou respeitá-la como presidente, mas vou continuar minha luta. Eu tenho uma palavra só, contra o aborto. É uma norma pétrea. Não vou ceder."

18.10.10

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL E MINISTÉRIO PÚBLICO dão andamento à ação contra o Presidente da Câmara Municipal Tidinho


O Tribunal Regional Eleitoral e o Ministério Público Estadual de São Paulo vêm adotando, desde março de 2010, diversas medidas para apurar a suposta compra de votos em desfavor de Aristides Lange filho (Tidinho), candidato reeleito Vereador no último pleito, atual presidente da Câmara de Cosmópolis, região de Campinas/SP.
Em 19 de março de 2010, foi requisitado ao TRE-SP instauração de procedimento de averiguação, protocolado sob o número 16.527, com o objetivo de investigar os fatos noticiados no Procedimento que trata da possível compra de votos de pessoas em troca de apoio eleitoral. A apuração foi devidamente instruída com cópia de vídeo e gravação da conversa, fato que será amplamente divulgado já que a pessoa envolvida na gravação é o atual presidente da Câmara de vereadores de Cosmópolis, Aristides Lange Filho.
Em 07 de abril. Foi encaminhado pelo TRE-SP, através de oficio nº 1894, ao Ministério Publico Estadual o procedimento investigativo, com vistas a apurar possível prática de corrupção eleitoral praticada pelo vereador Aristides Lange Filho (Tidinho). O Ministério Público Eleitoral solicitou ainda ao TRE-SP, o envio de eventuais novos documentos colhidos nos autos da denuncia para instruir processos perante o Ministério Público de São Paulo.
Para o MP, em que pese a relevância da tese de ilicitude da gravação apresentada, apresentam indícios suficientes para justificar o processamento de Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), em cuja instrução o acusado poderá indicar outros elementos de prova sobre os fatos investigados.


Ednaldo Luiz Lima - Jornalista

15.10.10

MP apura crime contra administração

COSMÓPOLIS
MP apura crime contra administração
Segundo denúncia ao MP, ex-secretário teria respondido pela função após ter sido exonerado do cargo
RENATA MUNIZ - COSMÓPOLIS

O Ministério Público de Cosmópolis solicitou à Polícia Civil a abertura de um inquérito para investigar “eventual crime contra a administração pública” que teria sido praticado pelo ex-secretário de Segurança e Trânsito, Carlos Alberto Cavagnini, atual secretário de Gabinete.
O ex-secretário será investigado pela suspeita de continuar atuando na função, mesmo depois de ter sido publicada portaria, em junho deste ano, o nomeando para o cargo de secretário de Gabinete e revogando a anterior nomeação de secretário de Segurança e Trânsito. Cavagnini teria julgado recursos e multas assinando pela pasta, mesmo sem ser a autoridade competente para isso. Um edital com os resultados dos processos de recursos de multas com o nome do ex-secretário foi publicado em um jornal da cidade em 26 de setembro, três meses depois de sua exoneração do cargo.

A denúncia ao MP partiu do munícipe Ednaldo Luiz Lima, que protocolou em 27 de setembro um requerimento na promotoria de providências para o “eventual crime de usurpação de função pública”.

O atual secretário de Segurança e Trânsito, Carlos Alexandre Braga, disse que leu o edital e confirmou que o documento não poderia ter sido publicado com o nome do antigo secretário. Braga também informou que não é o responsável pela parte administrativa do Setor de Trânsito e, por isso, os julgamentos de recursos de multas não passam por ele.

O delegado titular da Polícia Civil de Cosmópolis, Américo Rissato, informou que o inquérito deve ser instaurado na próxima semana. De acordo com ele, as primeiras providências a serem tomadas para a investigação será ouvir as pessoas citadas.

A Prefeitura de Cosmópolis, por meio da assessoria de imprensa, nega a denúncia e diz que desconhece o fato. Cavagnini disse que continua trabalhando no Setor de Trânsito, a pedido do prefeito Antonio Fernandes Neto (PT), mas que trata da parte de projetos, sem assinar recurso ou despacho.

Sobre o edital publicado com o seu nome, o ex-secretário alegou que ocorreu um erro por parte de uma funcionária da prefeitura, mas que, mesmo assim, os resultados eram de processos antigos. A funcionária responsável pelo Departamento Jurídico da prefeitura não foi localizada para comentar o caso. O delegado Américo Rissato disse que o inquérito deve ser concluído em 30 dias.
Fonte: Jornal Todo Dia

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