23.4.08

MST PARALISA PRODUÇÃO DA USINA ESTER.




MST invade usina e paralisa produção
Depois de deixarem a Fazenda Salto Grande, os sem-terra interromperam por cinco horas os trabalhos na Usina Ester

Adriana Leite
DA AGÊNCIA ANHANGÜERA

Depois de desocuparem a área do acampamento Eldorado dos Carajás, em um terreno de 200 hectares na Fazenda Salto Grande, em Americana, na noite de anteontem, 100 pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) passaram quase todo o dia de ontem no parque industrial da Usina Ester. A manifestação impediu a produção de açúcar e álcool por mais de cinco horas. O prejuízo foi estimado em R$ 500 mil. Pelo menos 1,5 mil funcionários da usina ficaram de braços cruzados enquanto os sem-terra reivindicavam uma área para o assentamento de famílias.Os manifestantes saíram em marcha, às 8h, do local onde fora erguido, na quinta-feira da semana passada, o acampamento Eldorado dos Carajás. O objetivo era chegar à Prefeitura de Cosmópolis para pedir ao prefeito José Pivatto (PT) que exigisse a liberação de uma estrada municipal que cortaria a Usina Ester e estaria fechada ao uso da comunidade por um portão. Outra meta, segundo as lideranças do movimento, era estabelecer um diálogo com o governo do Estado sobre a área invadida na Fazenda Salto Grande. Os sem-terra acusam a direção da Usina Ester de ocupar irregularmente as terras que pertenceriam ao Estado.Durante a marcha para chegar até Cosmópolis, eles usaram a estrada que passa pela área de produção de álcool e açúcar. A Polícia Militar (PM) informou que, segundo funcionários da usina, eles arrebentaram o portão que dá acesso à área industrial e à entrada da propriedade rural. Os policiais afirmaram que não houve uso de força ou confusão durante a manifestação dos sem-terra. Dentro da Usina Ester, os integrantes do MST decidiram acampar em frente à entrada do local onde os caminhões com a cana-de-açúcar são pesados e a matéria-prima encaminhada para o setor de fabricação. Dessa forma, a direção da usina foi obrigada a estacionar os veículos e esperar a saída dos manifestantes.Na entrada da balança, os sem-terra colocaram uma faixa com a frase: “Governador Serra a terra pública é para reforma agrária e não para os usineiros”. O membro do corpo jurídico da Usina Ester Rafael Coelho da Cunha Pereira afirmou que os manifestantes saíram antes que a PM realizasse a reintegração de posse do espaço invadido. “A liminar foi concedida pelo Poder Judiciário. Eles saíram antes que a reintegração fosse realizada, mas o oficial de Justiça entregaria o documento para uma das lideranças”, explicou. Segundo ele, a estimativa é de que a paralisação da produção tenha gerado um prejuízo de R$ 500 mil. Pereira afirmou que a usina produz, por dia, cerca de 400 mil litros de álcool e 18 mil sacas de 50 quilos de açúcar.O capitão da PM Rogério Takiuchi afirmou que as glebas que estão na área de plantação de cana-de-açúcar da Usina Ester já foram invadidas pelo menos três vezes nos últimos anos. “Com a invasão dessa área dentro do parque industrial, esta é a quarta vez que manifestantes dos sem-terra entram no terreno. O acompanhamento que foi desocupado ontem (anteontem) fica em uma área fora do local que eles estão hoje (ontem). Aquela é a Fazenda Salto Grande. E a invadida agora é a Fazenda Funil”, afirmou. Segundo ele, a PM acompanhou toda a marcha dos integrantes do MST e cumpriria o que fosse determinado pela Justiça.Reivindicações O dirigente do MST Pedro Suarez afirmou que a manifestação teria como objetivo mostrar a indignação dos sem-terra com uma suposta irregularidade por parte da Usina Ester. Também seria uma maneira de tentar a abertura de um diálogo com o governo do Estado sobre a área onde foi instalado o acampamento Eldorado dos Carajás e cuja reintegração de posse obrigou os manifestantes a saírem na segunda-feira. “Nós saímos da área da Fazenda Salto Grande pacificamente ontem (anteontem), conforme determinação da Justiça, que deu um prazo até o final da tarde para a desocupação. Há algum tempo estamos pedindo uma audiência com o governo do Estado para discutir essa questão”, disse Suarez.Segundo ele, os manifestantes passaram sem nenhum problema pelo portão. “Não vi em nenhum momento destruição do portão”, afirmou Suarez. O dirigente do MST salientou que há um documento do governo do Estado mostrando um pedido para que a área seja devolvida ao patrimônio público. “Essa é uma área pública que deveria servir para assentar as famílias e fazer reforma agrária”, afirmou. As 250 famílias que estavam na fazenda foram deslocadas para o assentamento Milton Santos, que já faz parte de projetos de reforma agrária.Márcia Merisse, também membro da direção do MST, salientou que os manifestantes saíram da entrada do setor de balança do parque industrial da Usina Ester porque conseguiram os objetivos traçados pelo movimento. “O secretário de Justiça do Estado de São Paulo (Luiz Antônio Marrey) afirmou que irá receber representantes do movimento para discutir a área. E também conseguimos que o prefeito de Cosmópolis solicitasse a abertura do portão da estrada que corta a usina e é municipal”, disse.O NÚMERO 10 milTONELADASDe cana-de-açúcar são processadas diariamente na Usina EsterGoverno do Estado negocia com o grupo A Secretaria do Estado de Justiça e Defesa da Cidadania e o Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) informaram, por meio da assessoria de imprensa, que, na semana passada, o secretário Luiz Antônio Marrey firmou um acordo com os sem-terra de que os receberia ontem para tratar da questão da reforma agrária em São Paulo. Na pauta de discussão estaria incluída a questão da área de Americana. Entretanto, de acordo com a assessoria, os dirigentes do MST teriam desmarcado o encontro e solicitado que ele ficasse para o final do mês. A Prefeitura de Cosmópolis informou que representantes dos manifestantes dialogaram com o prefeito José Pivatto (PT) ontem. O chefe do Executivo teria conversado com a direção da Usina Ester pedindo para que fosse estabelecido um acordo entre as partes sobre o trânsito na estrada que corta a propriedade. Conforme a assessoria, ficou acertado que o portão ficará aberto a partir das 18h. Segundo o governo municipal, será realizado um teste por 60 dias. (AL/AAN)


Fotos: Jornal Todo Dia, Jornal O Liberal e Jornal Correio Popular.

11 comentários:

Anônimo disse...

O que? o negócio foi feio.

Anônimo disse...

Voces da ong aquarius precisam dar um jeito no carvaozinho dessa empresa. é insuportavel para nós donas de casa e faz mal a saúde.

Anônimo disse...

O mst vai voltar aqui na cidade. vixi.

Anônimo disse...

Esses dias a Élide veio trabalhar com uma blusa igual a essa verde ai da Vera. OLD FASHION.

Anônimo disse...

pq nao publicam meus comentarios. só porque falo umas verdades do pivatto?

Anônimo disse...

eles vao voltar

Anônimo disse...

MST tá retornando a cidade. ai ai ai

Anônimo disse...

E desde quando o prefeito pivatto tem verdades a ser publicadas???

Anônimo disse...

eles vao quere falar com o peneira e com o juda

Anônimo disse...

O MST tá voltando aqui. Vixi.

Anônimo disse...

mas o prefeito não é do pt? e o pt sempre apoiou esse movimento.agora não precisa mais?hannn já entendi...

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